Johann Schiller Poeta e dramaturgo alemão
10 de novembro de 1759, Marbach, Württemberg (Alemanha)
9 de maio de 1805, Weimar (Alemanha)
Johann Friedrich von Schiller estudou medicina na Academia Militar de Stuttgart, mas foi um entusiasmado leitor de Klopstock, Rousseau e Shakespeare. Não agüentando a ferrenha disciplina militar, Schiller fugiu de Stuttgart.
Sua primeira peça, Os bandoleiros, data de 1781, publicada sob um pseudônimo e representada em Mannheim. Depois, tornou-se, durante algum tempo, dramaturgo do teatro dessa cidade, mas acabou se fixando em Weimar, a partir de 1787.
Tornou-se professor da Universidade de Jena em 1789. E em 1794 começou sua amizade com Goethe.
Da revolta à moderação
Os bandoleiros manifesta uma revolta juvenil, quase anarquista - e, até hoje, influencia a mocidade alemã. Uma outra peça, A conspiração do Fiesco em Gênova, pretende ser uma tragédia republicana, enquanto Intriga e amor, de 1748, é a melhor de sua fase inicial, um ataque violento (com uma história sentimental de amor infeliz no centro) contra o absolutismo monárquico e contra os preconceitos aristocráticos.
Anos depois, em 1787, Schiller mudaria de estilo e de pensamento: Dom Carlos é uma tragédia histórica em versos, e Posa (um dos personagens), o porta-voz do liberalismo do dramaturgo, já exige apenas a liberdade de pensamento.
A moderação das convicções políticas de Schiller foi aprofundada pelas experiências decepcionantes da Revolução sa e pelo estudo da filosofia de Kant. Aliás, nos ensaios Sobre o encanto e a dignidade e Poesia ingênua e poesia sentimental ele completa em pontos importantes a estética de Kant.
Segurança da construção cênica
A obra-prima de Schiller é a trilogia história Wallenstein, de 1800, a maior peça da dramaturgia alemã. A importância da obra foi logo reconhecida pelos contemporâneos de Schiller: foi traduzida para o francês por Benjamin Constant - e para o inglês por Coleridge .
Wlhelm Tell, de 1804, é a mais famosa de todas as peças de Schiller: dramatiza a luta vitoriosa dos suíços, na Idade Média, contra a tirania e pela liberdade, e é espécie de peça nacional, na Suíça e na Alemanha.
Schiller foi idolatrado durante um século na Alemanha - e depois execrado por todos os movimentos literários modernos. No entanto, ainda que Heinrich von Kleist seja superior a Schiller, este último supera todos os outros dramaturgos alemães e muitos estrangeiros pela segurança da construção cênica e pelo efeito infalível das suas obras no palco.
O liberalismo muito moderado de Schiller agradou à tímida burguesia alemã do século 19, mas experiências modernas demonstram que as obras de Schiller ainda hoje podem ser encenadas, provocando entusiasmo revolucionário.
Schiller ocupa um lugar de primeira ordem na evolução da literatura alemã, pois de nenhum outro autor entraram tão numerosas citações e alusões na linguagem coloquial.