Proposta específica da redação do Enem pode levar aluno a fugir do tema, dizem professores
Professores ouvidos pelo UOL avaliam que o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) acertou na escolha do tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil” para a prova de redação deste ano, mas alertam que, por se tratar de uma proposta muito específica, o candidato que não estiver atento à temática pode fugir do assunto, erro que pode zerar a nota da redação.
“Quando você fala na inclusão tocante a todos os deficientes dá para falar com uma certa amplitude, mas a questão dos surdos é bem específica. Muitos alunos que não estiverem atentos a esse ponto podem acabar caindo na fuga do tema”, diz Rodrigo Noronha, professor de redação do Sistema COC de Ensino.
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Sérgio Paganim, supervisor de português do Curso Anglo, reforça que para conseguir uma boa nota o candidato deve “saber o que a banca quer, lendo bem os textos da coletânea”.
Junto à proposta apresentada, o Enem traz os chamados textos motivadores, que costumam ter dados e informações sobre o tema para que, além de entender melhor o recorte esperado, o candidato possa refletir sobre as várias dimensões do problema.
“Não dá para tirar nota mil colocando o que você quer no texto. É preciso ter uma adequação à proposta”, explica.
Maria Aparecida Custódio, professora do laboratório de redação do Curso e Colégio Objetivo, ressalta que, apesar do assunto específico em relação aos surdos, já era esperado que o Enem trouxesse para debate a temática da inclusão dos portadores de necessidades especiais.
“Existe o Estatuto da Pessoa Com Deficiência e ele não é respeitado. As escolas, por exemplo, não são inclusivas”, disse.
“Esse é um tipo de tema que não tem uma polêmica de ser favorável ou contrário. A polêmica que tem aqui é em relação ao tipo de desafio que é imposto para a sociedade”, afirma Paganim.
Inclusão e invisibilidade
Para os professores, uma boa redação sobre o tema deve trazer argumentos que evidenciem a exclusão dos surdos na sociedade e o preconceito que eles historicamente sofrem.
“Essas pessoas padecem de uma doença chamada invisibilidade. Elas fazem parte da população, mas não são levadas em conta como pessoas que podem ser produtivas, que podem atuar como qualquer outra”, afirma a professora Maria Aparecida, que questiona: “Como se pode contribuir para a formação educacional quando não se leva em conta a Libras [Língua brasileira de sinais], quando eles sequer têm o às informações">var Collection = { "path" : "commons.uol.com.br/monaco/export/api.uol.com.br/collection/educacao/vestibular//data.json", "channel" : "vestibular", "central" : "educacao", "titulo" : "Vestibular", "search" : {"tags":"29381"} };